quarta-feira, 15 de maio de 2013

Rio de Janeiro: Relatório da Celebração dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros


Em nome dos APNs do Rio de Janeiro, da Coordenação Nacional de Fé, Política e Diálogo Interreligioso e da Coordenação Nacional de Mulheres APNs enviamos aos malungos e malungas de todo o Brasil, um breve relatório da celebração dos 30 anos dos APNs, ocorrida em Maceió e na Serra da Barriga, no Estado do Alagoas.

A delegação do Rio de Janeiro esteve presente com 22 representantes de 7 mocambos (Seropédica, Nova Iguaçu, Mesquita, Comendador Soares, Zona Oeste RJ, Médio Paraíba e São João de Meriti). Agradecemos a recepção no translado na ida e volta para o aeroporto e rodovias, assim como destacamos a responsabilidade com a organização do evento. Mais uma vez parabenizamos o quilombo de Alagoas pelo empenho na celebração dos 30 anos APNs.

Quanto aos participantes, damos nota 10 para a juventude presente; nota 10 para aqueles APNs que ficaram o tempo inteiro com o grupo; nota 10 pela participação dos parlamentares e gestores (deputados, vereadores, ministra, governador, representantes dos prefeitos e Universidades); nota 10 para o coordenador nacional, que acreditou e articulou as comemorações dos 30 anos APNs.

As mesas expositivas foram de alto nível, deixando para cada um de nós, a responsabilidade de sermos multiplicadores da boa nova que se abre com novas perspectivas para os APNs. A mensagem de cada fala, podemos resumir: “Temos de ter um olhar para a Educação, um olhar que possa construir novos instrumentos de mudanças e inclusão de fato e de direito da população negra em todos os ambientes”. Como disse muito bem o conferencista Guilhermo: “ Não temos outro instrumento, só a Educação vai construir um mundo mais justo, humano e igualitário”. Destacamos, também a fala da Ministra Luiza Bairros, que ressaltou a importância das conferências e suas interfaces. 

Destacamos a recepção à Coordenação Nacional no Palácio do Governo de Alagoas e, a importância da entrega da Carta de Intenções ao Senhor Governador interino Fernando Toledo, que prontamente assumiu os compromissos com a execução das reivindicações sugeridas na carta.

Nossa ida à Serra da Barriga, onde tudo começou. Subir a Serra, refletir sobre a importância de estar lá... Foi muito emocionante; como disse um companheiro nosso: “O quilombo dos Palmares deveria estar para o povo negro como Meca está para os muçulmanos, ou seja, deveríamos visitar Palmares pelo menos uma vez”.

A chegada ao platô da Serra nos fez sentir as vibrações dos orixás, conhecer cada ponto de vibração (Baobá, Lagoa Sagrada, o Irocô, etc), não dá para descrever, fazer memória da comunidade que lá vivera, do grande modelo de república democrática que nos deixaram como herança, citando ainda o ideal de desenvolvimento sustentável e de economia solidária que tiveram início ali. Realmente, como disse a primeira dama do município de Palmares: “Palmares é terra da liberdade”. Zumbi, filho de Ogum de Lê e da Oxum, nos impulsiona a abrir novos caminhos, que outros APNs venham celebrar aqui, mais 30 anos.

Sentimos falta de alguns malungos (Bahia e outros), contudo, entendemos os problemas de cada pessoa que as impediram de estar presentes.

Resta-nos agora sentar com todos os malungos e malungas e fazer uma reflexão: Como será doravante? Que compromisso assumiremos?

Em nossas comunidades locais tem de haver sinais claros e evidentes de transformação.

Nós, do Rio de Janeiro, ainda estamos sobre forte vibração da celebração dos 30 anos e, pensando nas conferências de promoção da igualdade racial que deverão acontecer nos municípios e nos Estados até o mês de julho, quando garantiremos políticas públicas para população negra.

O Rio de Janeiro faz agradecimentos à Câmara de Vereadores de Seropédica (Vereador Lucas Dutra e Ball da Farmácia), ao Prefeito Alcir Martinazzo, ao SEPE- RJ, à Deputada Inês Pandeló, ao Luciano da Rede Construir e todos que assinaram o livro de ouro possibilitando a viagem de parte da delegação de Seropédica.



Atenciosamente,



Darci da Penha Pereira
Coordenadora Nacional Núcleo Fé, Política e Diálogo Interreligioso APNs.

Rose Torquato
Coordenadora Nacional de Mulheres APNs.

  
Axé!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Comissão organizadora realiza reunião de avaliação

Na noite dessa terça-feira (14.05), na residência do malungo Allex Sander Porfírio, ocorreu  uma reunião de avaliação dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) executado no período de 1º e 5 de maio, no Estado de Alagoas.

Foi um momento importante que discutiu as estratégias de ação durante a preparação do evento, dificuldades enfrentadas, atuação da equipe organizadora, além de definir os pontos positivos e negativos da infraestrutura. 

Estiveram presentes integrantes do Comitê Estadual de organização, voluntários da equipe de apoio e a vereadora Fátima Santiago que também foi uma das patrocinadoras do evento. Já o coordenador geral da entidade, Nuno Coelho, participou através da internet em tempo real.

Confira algumas imagens do encontro:







domingo, 12 de maio de 2013

Carta mensal: maio/2013

apns
AGENTES DE PASTORAL NEGROS
Conscientização, Organização, Fé e Luta
 
 
São Paulo, 10 de Maio de 2013
 
Companheiros(as) da Fé e da Luta,
 
Saudações fraternas!
 
Nossos corações ainda estão saudosos das comemorações alusivas aos 30 Anos de nossa entidade. Ser APNs é bom demais!
 
Certamente alguns ainda se recuperam da longa viagem, porém embalados pelas boas lembranças do que significou pisar o solo sagrado do Quilombo dos Palmares junto com o povo negro vibrante e cheio de expectativas do que viria pela frente, na madrugada serena da Serra da Barriga. Mais emocionante foi prestar homenagem aos nossos ancestrais e dar um grande abraço no símbolo maior da história de luta e resistência de nossos guerreiros da causa Palmarina. Nestes dias pudemos viver na prática a experiência do que deveria ser a educação africana e afro-brasileira para nossas crianças.
 
Um dos grandes objetivos desta estada em Alagoas foi marcar de forma significativa a nossa caminhada de Agentes de Pastoral Negros do Brasil. Mas também mexer com a emoção, com as lembranças, com os sonhos, com o intelecto e principalmente com a autoestima de cada um. A noite no teatro foi memorável e emocionante.
 
Meus queridos malungos,
 
O sentimento de pertença agora deve ser ainda maior, beber daquela fonte e inundar com toda aquela energia foi mais que um presente, foi um convite à reflexão. Será que estou no caminho certo? Será que minha militância valeu apena até aqui? Será que já completei minha jornada? Essa resposta só você poderá dar após suas próprias analises.
 
De nossa parte a luta continua, ainda este ano realizaremos dois momentos importantes e bem direcionados, o primeiro será com os APNs que trabalham com a educação mais diretamente, a Eles ofereceremos um Seminário Nacional sobre “Educação e Negritude: Avaliando a Prática da Lei 10.639 na sua Década de Vigência”.
O outro momento será direcionado as lideranças, Coordenação Ampliada e Coordenadores de Mocambos para uma Plenária Nacional “Goiânia + 3 – Avanços e Desafios no Plano Político dos APNs para o Decênio“. No momento oportuno e após a elaboração dos referidos projetos a nossa Secretaria Executiva dará mais detalhes sobre esses dois momentos. O importante é estarmos embalados pelo momento e não perdermos o foco da nossa agenda.
 
Gostaria ainda de voltar a refletir com vocês sobre a III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial – (IIICONAPIR) prevista para acontecer de 5 a 7 de novembro do ano corrente, em Brasília, tendo como tema “Democracia e Desenvolvimento sem Racismo – por um Brasil Afirmativo”.
 
Os APNs de todo o Brasil deverão estar atentos às etapas preparatórias e empreender esforços para elegermos uma das maiores delegações para a etapa final. Assumir compromissos de contribuir com a construção das Conferências Municipais; Regionais e Estaduais. Vestir a camisa dos APNs e ir a campo para incidir na pactuação das políticas afirmativas em nossas bases, no dialogo com o Governo Municipal, Estadual e Federal e estar atento ao monitoramento das políticas públicas, só assim haveremos de ter democracia e desenvolvimento para a população negra no Brasil. A oportunidade esta dada, não podemos perder tempo com embates e nem provocações menores, mas mostrar o quanto somos participantes da construção de um novo Brasil.
 
Malungos e Malungas,
 
Nossa luta continua e as nossas homenagens ainda não acabaram, devemos muito a essa entidade e a tudo o que ela significa para nós. Os Estados que ainda não realizaram atividades alusivas aos 30 Anos procurem realizar alguma ação, isso ajuda a animar a nossa militância.
 
Nuno Coelho
Coordenador Nacional

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Nuno Coelho relata sua emoção nos 30 anos dos APNs

Em resposta ao texto "Ozenga Palmares", de Helcias Pereira.


Malungo Helcias,

Estou muito feliz com o resultado final, foi uma grande comemoração, marcamos com chave de ouro esses 30 Anos. A nossa militância esta mais animada e com o espirito de pertencimento renovado.

Acabo de ler seu texto carregado de emoção e simbologia de um verdadeiro griô. As dificuldades e conflitos fazem parte de todo e qualquer evento deste porte, mas a unidade na diversidade é que anima e constroi a democracia plena. 

Retorno à São Paulo, mais animado com a militância, mais pertencente a essa grande família APNs e mais comprometido com a causa da nossa brava gente brasileira.

Parabéns a todos e todas que se esforçaram por chegar, subir e descer. Em especial aqueles e aquelas que deram de seu tempo pelo bem de nossa entidade.

Meu axé e gratidão, aos Mocambos de Alagoas, que dedicaram toda sua jornada em benefício de nossa entidade.

Agredeço também as nossas malungas guerreiras Fátima e Tereza e a mais nova companheira Cláudia que realmente é uma grande Pessoa.

Parabéns a todos nós!

Nuno Coelho
Coordenador Nacional dos APNs

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ozenga Palmares

Por: Helcias Pereira
 
 
 
 
 


De repente formou-se uma verdadeira turba, homens, mulheres, idosos, adolescentes, crianças de colo, gente de toda parte... Do sul, do norte, do sudeste, do centro-oeste e do nordeste, mas também de Moçambique, de El Salvador... Gente conhecida e anônima entoando cânticos, batendo palmas, tocando tambor e adjás. Pés pisando forte, outros cadenciando passos, sensações ditosas ao encarar o aclive, arrepiados em pisar o solo sagrado, para sorrir e chorar por seu presente e, sobretudo, por seu passado.

Eram corações pulsantes, alguns deveras acelerados, mentes reflexivas, ansiosas, estonteantes. Essa turba era naturalmente uníssona, reunindo malungos e malungas com o mesmo objetivo: Saudar o herói Zumbi e todos os guerreiros tombados e martirizados, oriundos do quilombo-páscoa ou remanescentes dos quilombos contemporâneos.
 
 
E eis que no brilho encantador das estrelas, o no leve zumbido da brisa constante, ecoou-se por entre às pindoramas dos catolés uma voz feminina a cantar: “Êi Zumbi... Zumbi Ganga meu Rei, você não morreu, você está em mim, você está aqui... Êi Zumbi, seu povo não esqueceu a luta que você deixou pra prosseguir”. Incorporam-se ao coro diversas vozes como a do sacerdote, do ogan, da macota, do griô, dos ativistas e/ou simpatizantes. Todos (as) no caminho da esperança, inspirados para vivenciarem o Ozenga Palmares, o verdadeiro atalho que outrora seria o apogeu da liberdade. 


Choros, suores e sorrisos emaranhados, sofrimentos compactuados em meio aos sonhos e desejos atualizados. E canta-se com sublime harmonia: “Sou de lá de África... se eu não sou de lá os meus pais são de lá, de África... Os meus avós... Os meus ancestrais, são de lá... De África”.


Estávamos todos no platô da Serra da Barriga, acolhidos pelo aconchego do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, compartilhando informações, rememorando a história, convocando e reverenciando nossos ancestrais. E viva Zumbi, Dandara, Aqualtune e Acotirene... Viva Ganga-Zumba, Toculo, Acaiúba e Acaiene. Viva Camuaga, Andalaquituche e Banga... Viva! Viva! E hoje: Viva Abdias Nascimento, Heitor Frizott, Toninho, Batista, Albérico e tantos outros. Viva cada guerreiro (a)... Viva o povo afro-brasileiro.


“Êi meu pai quilombo, eu também sou quilombola, a minha luta é todo dia e toda hora... Êi meu pai quilombo, dizem que Zumbi morreu, Zumbi está vivo nos que lutam como eu”... Assim cantavam os APNs, assim se encantava essa malungada nos plenos 30 anos de uma longa caminhada. Pisar o solo sagrado era um sonho que se tornou realidade para muitos que ali estavam. Será um marco histórico que incentivará a outros beberem do axé dos ancestrais. Valeu Povo de Zumbi.





 Helcias Pereira
APN ANAJÔ – AL
Coord. Nac. de Formação dos APNs


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ministra profere palestra em simpósio dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil

Titular da SEPPIR acredita que desafio é pensar o que fazer para superar a resistência das desigualdades raciais e colocar o racismo como estruturante das relações sociais no país

Ministra profere palestra em simpósio dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil
Desafio é pensar o que fazer para superar a resistência e colocar o racismo como estruturante das relações sociais no país


“Se por um lado, o Brasil vive um momento inusitado de inserção da população negra, por outro, temos a resistência das desigualdades raciais”. A declaração é da ministra Luiza Bairros, feita quinta-feira (02/05) em Maceió-AL, no Simpósio dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs). Durante a palestra, a titular da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR-PR) falou sobre o desafio de pensar o que fazer para superar a resistência e colocar o racismo como estruturante das relações sociais no país.

APNs de vários estados participaram da atividade no Centro de Convenções da capital alagoana, onde a ministra proferiu palestra sobre “Os avanços das políticas públicas para a igualdade racial no Brasil”. De acordo com Luiza Bairros, a população negra é a mais beneficiada por uma série de mudanças provocadas por políticas como as de valorização do salário mínimo e de redistribuição de renda. “Especialistas afirmam que cerca de 60% dos 40 milhões de brasileiros que ascenderam socialmente no Brasil nos últimos anos são negros, e as mulheres negras, especialmente as jovens, foram as mais diretamente envolvidas nesse processo”, disse.

A ministra ponderou, entretanto, que todos os impulsos ainda não foram suficientes para eliminar as desigualdades raciais, “porque as mudanças partiram de patamares muito baixos”. Ela destacou os dez anos de institucionalização da política de igualdade racial no Brasil, afirmando que a criação da SEPPIR em 2003 se deu num contexto de reivindicações que vinham de longas datas. “Tanto assim, que este é um ano de muitas comemorações redondas para as entidades do movimento negro, são 35 anos de Movimento Negro Unificado, o MNU, 30 anos de APNs, 25 anos de Geledés - Instituto da Mulher Negra, e apenas 10 de SEPPIR”, disse.

Já o deputado Federal Vicente Paulo da Silva (Vicentinho PT-SP), destacou o lento crescimento da representação nacional dos parlamentares negros de São Paulo.

Três décadas
O simpósio integrou uma extensa programação comemorativa dos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil. A estimativa é de que aproximadamente 600 pessoas participaram das atividades, que incluíram encontros temáticos de mulheres e de jovens APNs. Estes últimos, para discutir o tema “Enfrentamento à violência contra a juventude negra – Plano Juventude Viva”, ação do governo federal implementada em Alagoas sob a coordenação da SEPPIR e da Secretaria Geral da Presidência da República.

A programação teve ainda as exposições “Xirê do Tempo” e a 1ª Expo Afro Alagoas, também no Centro de Convenções, além da Noite Oke Odum (a graça do ano), quando 30 personalidades, entre elas a ministra Luiza Bairros, foram homenageadas por terem contribuído para o desenvolvimento dos APNs e das políticas públicas de igualdade racial. A solenidade no histórico Teatro Deodoro, centro de Maceió, reuniu os ‘Malungos’ e ‘Malungas’ – expressão de origem afro que significa igual, parceiro, utilizada pelos APNs para se referir aos  companheiros de luta ligados ou não à entidade.

Para o coordenador Nacional dos APNs, Nuno Coelho,  a comemoração das três décadas dos Agentes de Pastoral Negros deve lembrar também a participação dos membros da entidade em diferentes espaços na luta pela igualdade racial e o combate a qualquer forma de discriminação. “Estamos presentes na gestão pública, nos conselhos, sindicatos, organizações não governamentais, comprometidos com a questão racial e para a efetivação de ações afirmativas no país”, afirmou.

Além da ministra, foram premiados na Noite Oke Odum os deputados federais Vicentinho e Edson Santos – PT-RJ (ex-ministro da SEPPIR), Inês Pandeló (PT-RJ), e os APNs Teodorico Ferreira da Silva, Jacinta Maria Santos, Raimunda Nonata da Silva Oliveira, Conceição de Maria de Sousa e Silva, Solimar Oliveira Lima, José Geraldo da Rocha, Edgard Aparecido de Mora, Telma Maria Coelho Barbosa, o Instituto Magna Mater e a Comunidade de Saúde, Desenvolvimento e Educação (ComSaúde).

APNs – Presentes hoje em 13 estados e no Distrito Federal, os Agentes de Pastoral Negros surgem como porta-vozes de um grupo de negros e negras envolvidos diretamente com as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da igreja Católica. As CEBs são consideradas o espaço onde se deu o processo de conscientização política e de participação social desses agentes nas décadas de 1970 e 1980, assim como de identidade negra.


Fonte: Coordenação de Comunicação da SEPPIR

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Governo recebe integrantes da Pastoral Negros do Brasil

Governador recebeu do coordenador geral do APNs, Nuno Coelho, uma carta sobre agenda política da entidade e seu trigésimo aniversário de fundação 
 
 
                    
Toledo recebeu do coordenador geral do APNs, Nuno Coelho, uma carta sobre a agenda política da entidade e seu trigésimo aniversário de fundação
por Dora Nunes e Marcos Jorge
 
 
 
O governador em exercício, Fernando Toledo, recepcionou nesta quinta-feira (02), integrantes da Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) na residência oficial, no Palácio Floriano Peixoto. Na ocasião, Toledo recebeu do coordenador geral do APNs, Nuno Coelho, uma carta sobre a agenda política da entidade e seu trigésimo aniversário de fundação.

No documento, que foi lido pelo coordenador de Educação e Cultura da APNs, João Carlos Pio de Souza, é destacado entre várias questões o plano Juventude Viva, desenvolvido pelo Governo do Estado, cujo objetivo é o combate a violência contra a juventude negra. Na oportunidade, Nuno presenteou o governador com uma camisa da entidade, a qual tem representação em 14 Estados da federação e integra o Conselho Nacional de Educação.

Em seu pronunciamento, Fernando Toledo enfatizou que o governo está trabalhando com políticas públicas de resultado, com a organização social e estrutural no sentido de dar sequência ao enfretamento do racismo. “Sinto-me muito honrado em estar governador do Estado. Quero dizer que o Governo não tem se acovardado em promover ações enérgicas e eficazes contra a violência, principalmente, no segmento dos jovens negros. O governador Teotônio Vilela tem sido atuante e enérgico nesse sentido e sempre ressalta que o combate à violência não pode ser feito com mais violência, mas com políticas públicas eficazes e definitivas”, reforçou.

Toledo destacou também o trabalho da Assembleia Legislativa de Alagoas. “Como presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, posso afirmar que a Casa tem sido também uma caixa de ressonância dos anseios da sociedade alagoana e está atenta à questão da violência. Fico honrado em recebê-los aqui para que saibam que Alagoas, a Terra da Liberdade, pode ser cada vez mais um exemplo para o Brasil”, garantiu.

A secretária da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos, Katia Born, lembrou que, durante a gestão de Fernando Toledo como presidente da Assembleia Legislativa, foi aprovado o Conselho Estadual da Igualdade Racial (Conepir). O Conepir é um órgão colegiado paritário, com representantes da sociedade civil e de órgãos governamentais, de caráter deliberativo, que integrará a estrutura básica da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos.

“Tem a missão de propor, em âmbito estadual, políticas de promoção da igualdade racial com ênfase na população negra, comunidades quilombolas, indígenas, das religiões de matriz africana e outros segmentos étnicos da população alagoana”, assinalou.

A APNs está realizando em Maceió uma programação sociocultural para celebrar os 30 anos de fundação. Fundada no dia 14 de março de 1983, APNs é uma entidade nacional vinculada ao Movimento Negro, que está presente em todas as regiões do país, com mocambos (núcleos de base) atuantes nos estados: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal. Também se encontra em articulação com ativistas do Ceará e Paraíba.

Participaram do encontro os secretários estaduais Rogério Teofilo (Articulação Polìtica) e Osvaldo Viégas (Cultura), e a secretária executiva de políticas de ações afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Angela Nascimento. Também estiveram presentes as vereadoras Tereza Nelma e Fátima Santiago.
 
 
Fonte: Ascom/Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos

Inês recebe homenagem dos APNs em Maceió

 
Créditos: Francisca Marques


Os Agentes de Pastoral Negros homenagearam, na noite de ontem (02.05), a deputada estadual Inês Pandeló (PT) com o título de membro honorário da entidade. O tributo foi concedido à parlamentar durante celebração sócio política, formativa e cultural no Encontro Nacional dos APNs, em Maceió.
 
A deputada ofereceu a homenagem a todas as pessoas que lutam pela igualdade racial e, especialmente, aos assessores do seu mandado que, no dia a dia, ajudam a construir ações em favor da causa. Durante seu discurso, Inês citou trecho da Missa dos Quilombos, de Milton Nascimento e finalizou cantando, a pedidos, uma música de sua autoria: "Levanta meu Povo".
 
 
O evento foi prestigiado por pessoas de vários pontos do Brasil, entre acadêmicos, docentes, pesquisadores, gestores públicos, ativistas de movimentos sociais e convidados internacionais. A organização considerou o evento como ápice das comemorações pelos 30 anos de organização dos APNs e a realização de atividades de conscientização, fé e luta contra a discriminação racial e o preconceito.
 
De acordo com Nuno Coelho, Coordenador Geral dos APNs, a atividade contribui para o intercâmbio quanto ao pertencimento étnico, renovação de ideais e fortalecimento da entidade.
 
Também foram homenageados no encontro a ministra Luiza Bairros - da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; os deputados federais Vicentinho (PT/SP) e Edson Santos (PT/RJ); além de varias outras lideranças com trabalhos relacionados à questão.
 
 
Fonte: Ascom - Deputada Estadual

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Carta ao Governador do Estado de Alagoas Sr. Teotônio Vilela Filho




Maceió, 02 de maio de 2013
Excelentíssimo Sr. Governador,
Teotônio Vilela Filho,

O Estado de Alagoas foi escolhido pela entidade dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) para sediar as atividades comemorativas do seu trigésimo aniversário de fundação, atraindo a este estado palmarino lideranças de 14 estados da federação comprometidas com a cultura afro-brasileira, o combate de todas as formas de racismo e, sobretudo, com as políticas de ações afirmativas.

A luta de combate ao racismo e a promoção da igualdade racial são, hoje, parte da agenda política do Estado brasileiro, fruto das deliberações da III Conferência da ONU sobre o racismo realizada em 2001, em Durdan, África do Sul, bem como da atuação e revindicação do movimento negro brasileiro nós últimos 30 anos. Apesar desta agenda política já existente e de diversos marcos legais, como a lei 10.639/2003, o Estatuto da Igualdade Racial, a lei de contas nas universidades públicas, reconhece-se que há ainda muito o que fazer para uma efetiva superação das desigualdades raciais na/da sociedade brasileira.

Das dificuldades enfrentas pela sociedade brasileira destacamos, particularmente, a violência contra a juventude negra. Especificamente no caso da violência contra o jovem negro vale lembrar que as cidades de Maceió, Arapiraca, Marechal Deodoro e União dos Palmares, ocupam o ranking dos 135 municípios mais violentos do Brasil, conforme dados do último Mapa sobre a violência. Diante desta situação compreende-se que é de fundamental importância que o governo alagoano intensifique o apoio e fortaleça as ações do Programa Juventude Viva, que tem como seu objetivo principal o combate à violência contra a juventude negra.

Vale destacar também a necessidade da implementação efetiva da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da História da África e da cultura afro-brasileira nas escolas, bem como a educação das relações étnico-racais. A Lei 10.639/2003, como política afirmativa, favorece a partir de uma educação multicultural a valorização das identidades e das diferenças e o combate ao racismo, de modo a contribuir para uma educação anti-racista e democrática.

Entendemos que para o avanço e a materialização das políticas de ação afirmativa para a população afro-alagoana urge a instituição do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir), onde Estado e sociedade sejam capazes de elencar o conjunto de políticas e ações que diminuam a incidência de racismo, de insegurança pública e desigualdade, bem como, promova a cidadania plena, a dignidade humana e o fortalecimento das políticas públicas no Estado de Alagoas.

Fazendo coro à revindicação da Frente Alagoana de Apoio à Promoção da Igualdade Racial (Fapir) solicitamos que vossa excelência se comprometa com o imediato envio para a Assembleia Legislativa do PL que cria o Conepir, já com as devidas correções que foram frutos da recente mesa de diálogo entre sociedade civil e governo, considerando que o momento é favorável à sua imediata aprovação por parte do Legislativo alagoano.

Certos do compromisso do governo do Estado, particularmente da vossa gestão, com a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo contamos com o vosso empenho político para o cumprimento das leis e a implementação das políticas públicas e de ação afirmativa.
Que o espírito guerreiro de Zumbi dos Palmares, filho dessa terra, a inspire a vossa gestão no processo de construção de uma Alagoas sem racismo e verdadeiramente democrática.

Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs
30 anos de luta pela igualdade racial
Conscientização, Organização, Fé e Luta

Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento é pré-lançado em Alagoas

 
 
Nesta quinta-feira (02.05), a partir das 8h, acontecerá o Pré-lançamento do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento no auditório do Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso (Centro de Convenções), localizado no bairro de Jaraguá em Maceió. A atividade é destinada para todos os profissionais de comunicação e ativistas do movimento negro, tem o apoio do Sindicato de Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) e os Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs).
 

Na ocasião estará em Alagoas a jornalista Sandra Martins, coordenadora do Prêmio Nacional, que repassará mais informações sobre o processo de inscrição, categorias e premiação. O prêmio tem como principal objetivo valorizar as produções jornalísticas sobre questões étnicorraciais, cultura afro e o cotidiano da população afrodescendente. Trata-se de uma realização do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ), por meio da Cojira-RJ.
 

De acordo com Valdice Gomes, presidenta do Sindjornal, essa é mais uma oportunidade para dar visibilidade ao prêmio e apresentar aos jornalistas, público alvo do concurso, todas as novidades contidas no regulamento desta terceira edição. Segundo ela, Alagoas teve grande destaque nas edições anteriores, inclusive como vencedor da categoria telejornalismo, que é a principal do prêmio, na primeira edição, em 2011. No ano passado, também esteve entre os finalistas. “Isso mostra a qualidade do jornalismo produzido em nosso Estado, inclusive na temática étnicorracial”.
 

APNs

O pré-lançamento do Prêmio Nacional, também integra a programação sócio-político-cultural e formativa em homenagem aos 30 anos dos APNs, que ocorrerá de 1º a 5 de maio, nas cidades alagoanas de Maceió e União dos Palmares. Busca dar visibilidade às expressões sócio-culturais e étnicorraciais no Estado, discutir políticas de ações afirmativas em diversos setores, fortalecer o empreendedorismo afro, enaltecer internacionalmente a historicidade do Quilombo dos Palmares e a luta do povo afro-brasileiro. Estará presente um público especial oriundo de 12 Estados e convidados internacionais: acadêmicos, educadores, representantes de segmentos afros, lideranças de movimentos sociais e autoridades políticas. Saiba mais: http://apns30anos.blogspot.com.br/
 
 

 

 

SERVIÇO

Pré-lançamento do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento

Dia: 02 de maio de 2013 (quinta-feira)

Horário: 8h às 9h30

Local: Auditório do Centro de Convenções de Maceió - Jaraguá - Maceió

Contatos: Valdice Gomes (82) 8878-7484 / 9999-1301

Helciane Angélica (82) 8831-3231

FMAC apóia cerimônia de acolhida dos APNs-30 anos

Na tarde dessa terça-feira (01.05), na Praça Marcílio Dias localizada no bairro histórico do Jaraguá em Maceió (AL) ocorreu a cerimônia de acolhida da celebração em homenagem aos 30 anos dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs).
 
A atividade contou com o apoio logístico da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC)/Prefeitura de Maceió que garantiu a infraestrutura necessária para execução de uma festa bonita e um ambiente confortável que atendeu aos participantes oriundos de 12 estados do Brasil e convidados internacionais. O órgão público foi representado no  evento por Filomena Félix, Coordenadora de Políticas Afirmativas
 
Em relação às atrações culturais, a articulação foi executada pelo comitê estadual de organização e tiveram três apresentações que animaram e interagiram com o público presente. Confira abaixo mais informações:
 
 
 
 
 
 
URUCUNGO
O projeto "Urucungo em cenas urbanas" é uma pesquisa onde em todo processo há necessidade de se discutir as contribuições que a capoeira oferece a dança no contexto cênico. Trata-se de uma performance de dança contemporânea, que mescla capoeira, expressão corporal e dança. iniciado em 2009, foi contemplado em 2012 com o Edital Klauss Vianna.  Membros: Denivam Costa, Jailton Oliveira, Joelma Ferreira e Jorge Schutze.   
 
 
 
 
AFROLOZZI
A banda afro é um dos importantes projetos sócio-culturais da Associação Pestalozzi de Maceió e existe há seis anos e tem como instrutores Marcos Aurélio e Thiago Antônio. Atualmente, possuem 12 ritmistas com jovens especiais que estudam na Escola Maria do Espírito Santo e do Centro Inclusivo Genilda Porto. Essa é a única banda no Brasil que valoriza a cultura afro e é composta por pessoas com deficiência. 
  
 
 
 
 
BAQUE ALAGOANO
O Maracatu Baque Alagoano é uma associação cultural sem fins lucrativos, surgiu em março de 2007, na cidade de Maceió, com o interesse de fazer ressurgir o maracatu em Alagoas. Ritmo que, comprovadamente, teve seu nascedouro em nosso Estado, tendo sido silenciado após o advento do “Quebra de 1912”, também conhecido como o “Quebra de Xangô”.